Quem esperava sermão se surpreendeu. O padre Julio Lancelotti, da Pastoral dos Moradores de Rua de São Paulo, mostrou que a luta contra a violência se dá no corpo a corpo. Nas escolas, na Febem ou nas ruas, é no confronto direto que ele transmite sua mensagem. Ao agressor, palavras de amor; ao excluído, seu apoio na luta contra as injustiças sociais; às crianças abandonadas, portadoras de HIV positivo, afeto e atenção na Casa Vida, fundada por ele em 1991.

De sua experiência ele destaca a importância de estabelecer vínculos, pessoais, afetivos, para desencadear transformações sociais de maior alcance. Muitas idéias nessa abertura ao curso Violência nas Escolas, coordenado por Leny Mrech no IPLA. Julio Lancelotti disparou propostas para reformular a educação e a política, tais como: assimilar a cultura dos jovens na educação e integrar os diversos segmentos da administração pública, configurando uma rede de mútua colaboração.

Seu amigo de “outros carnavais”, Jorge Forbes sustentou a importância de fazer da cultura o ingrediente decisivo para o laço social na globalização. Amizade e criação. Padre Júlio topa até missa em Hip Hop.

Julio Lancelotti acredita na paz, mas não foge ao conflito, de onde surgem soluções e mudanças. Para ele, a política é a melhor expressão do amor.

Sinopse de Teresa Genesini e Rodrigo Abrantes