Antipsicóticos de segunda geração

Simpósio de Atualização organizado pelo Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP em 18 e 19 de novembro no Centro de Convenções Pompéia

O Simpósio de Atualização sobre os Antipsicóticos de Segunda Geração (APSG) reuniu mais de 100 participantes no Centro de Convenções Pompéia para a discussão das últimas pesquisas sobre a psicofarmacologia das psicoses.

Dividido em cinco módulos, abordou a história dos neurolépticos, seu impacto na psiquiatria, o desenvolvimento de novas medicações, suas indicações, efeitos, efeitos colaterais e os resultados de sua utilização.

A introdução da clorpromazina na década de 50 foi o marco inicial da moderna psicofarmacoterapia e representou, na história da psiquiatria, a passagem da era pré-científica para a era científica das terapêuticas biológicas.

Nas décadas de 60 -70, foi formulada a ‘hipótese dopaminérgica’ como um modelo explicativo da fisiopatologia dos quadros esquizofrênicos e dos efeitos dos neurolépticos. Esta hipótese foi o fundamento para o desenvolvimento da primeira geração de antipsicóticos.

A eficácia destas medicações na redução de fenômenos como delírios, alucinações e agitação psicomotora, seu fracasso na modificação dos ‘sintomas negativos’ e seus efeitos colaterais, como a síndrome extrapiramidal, a discinesia tardia, a síndrome neuroléptica maligna, levaram ao desenvolvimento de novas pesquisas e medicações.

O ‘paradigma D2’ - o fato de todas estas medicações bloquearem, de uma forma ou de outra, os receptores dopaminérgicos D2 – foi mantido, mas matizado pela ‘complexificação’ progressiva do modelo, com a inclusão de novos receptores e neurotransmissores. O modelo, de grande poder heurístico, é evidentemente limitado para explicar os quadros psicóticos e para explicar os sucessos e fracassos da terapêutica.

Foram apresentados resultados espetaculares e outros decepcionantes. Trabalhos realizados nos EUA demonstram, por ex, taxas altas (da ordem de 60-70% ) de interrupções de tratamento com antipsicóticos de segunda geração ao longo de 18 meses e índices de internação semelhantes aos observados com a utilização das medicações mais antigas. Discute-se a suspensão de sua utilização na rede de saúde dos EUA

O desenvolvimento dos APSG representa tanto o sucesso como os limites das neurociências na abordagem dos estados psicóticos.

Sinopse de Ariel Bogochvol

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