FIAT TROU!
Os furos que dei na vida
O furo ou buraco nos deixa embasbacados. Pode trazer novidade: O furo jornalístico. Ou pode nos deixar a pé: Você furou comigo! Quem nunca espiou pelo buraco da fechadura?! Ou quem nunca descobriu que o buraco é mais embaixo? O furo é bíblico. Segundo Mateus 19:24: “É mais fácil o camelo passar no buraco da agulha do que o rico entrar no reino de Deus.” Quando perdemos alguém, temos a sensação: Abriu um buraco na minha vida! Caímos em buracos e saímos de buracos. Sobre os outros, perguntamos espantados: Em que buraco se meteu?! Há o mistério do buraco negro. Sem o furo, estoura a panela de pressão. O furo também tira o valor: Não vale um tostão furado. O buraco faz o queijo suíço. Os furos do corpo determinam tipos de pulsões: oral, anal, fálica, genital, voz e olhar. Há os furos que praticamos no corpo: nas orelhas, no nariz, na boca e em tantos outros lugares. O furo está na essência de nossa vida.
O IPLA realiza, com o Curso “Fiat trou! – Os furos que dei na vida” - seu primeiro Sábados no IPLA, em 2017. Além do que dissemos acima, arrolamos abaixo outros motivos que justificam você fazer este curso.
- Fiat trou, faça-se o furo, é uma expressão dita por Lacan no Seminário 24, em seu ultimíssimo ensino como nomeia Jacques-Alain Miller.
- “Fiat trou é outra maneira de dizer ‘que seja a fala do Inconsciente’.”
- O furo é um termo próprio à segunda clínica de Jacques Lacan, pouco conhecido.
- Vivemos no mundo do incompleto; o completo está furado.
- O Homem é um furo. O furo nos constitui. Com ele estamos sempre a lidar.
- O furo nos faz seres desejantes.
- O fundamento do feminino é o próprio furo da linguagem, a pulsão.
- Da primeira para a segunda clínica há mudança na interpretação, o que leva, do efeito de sentido, para o efeito de furo.
- “Há um furo inexorável na razão. Não existe, a partir daí, nenhum agir que seja totalmente justificado na razão e, por conseguinte, nenhum agir sem risco.” (Forbes)
- Passamos do “Freud explica” para o “Freud implica”. (Forbes)
Se estes pontos te tocam, faça o curso.
Data:
8 de abril de 2017
Horário: 9:00 - 17:00
Local:
IPLA, Rua Augusta, 2366 – Casa 2, São Paulo
Telefones:
(11) 3061-0947 e (11) 3081-6346
Valor:
R$ 280,00. Alunos do IPLA e estudantes até 25 anos têm desconto de 20%.
Vagas limitadas. É necessário haver um número
mínimo de inscrições para a realização do evento.
Curadora: Elza Macedo
Coordenação científica: Jorge Forbes
Programa
9h – 9h30 Café com bolo IPLA
9h30
– 11h Aula Inaugural – Fiat trou! – Jorge Forbes
Interpretação.
Interpretação descompleta. Efeito de sentido. Efeito de furo. Há um furo
inexorável na razão. Ressonância. Duplicidade de sentido - Poesia. O analisante
fala, faz poesia, enquanto que o analista corta. “Elevar a psicanálise à dignidade da cirurgia.”
(Lacan)
11h – 11h15 Café com bolo IPLA
11h15 – 12h15 Aula 2 – O furo e as pulsões – Alain Mouzat
Pulsão.
O silêncio das pulsões. Ecos do dizer no corpo. A falta e o desejo. Repetição. O
mal-entendido. Desejo e responsabilidade. Gozo. Real fora do sentido.
12h15 – 13h15 Aula 3 – O furo da relação sexual – Dorothee Rüdiger
Não há
relação sexual? A mulher não existe? Gozo fálico e gozo feminino. Unheimlich. O estranho. Relação do corpo com a linguagem. Corpo estrangeiro. Körper e Leib. Corporificação. Ética.
13h15 – 15h Horário de Almoço
15h – 16h Aula 4 – O furo e o sintoma – Ariel Bogochvol
Sintoma e Sinthoma. Escuta analítica. Diagnóstico. Psicoses. Acontecimento de
corpo. O incomparável. O real do sintoma. O ato analítico. Resto irredutível. Furo
no real.
16h – 17h Aula de encerramento – O furo em um caso da clínica psicanalítica – Liége Lise e Teresa Genesini
Carlos tem
Distrofia Muscular de Cinturas e foi atendido na Clínica de Psicanálise do
Genoma Humano – USP. Cocainômano, alcoólatra, sem banho há uma semana, ele
chega para a entrevista com Jorge Forbes e Mayana Zatz. “Doutor, o senhor tem
ideia do que seja morar sozinho e, toda manhã, pegar minha bengala, olhar a
porta entreaberta e não saber se ainda posso dar os passos da cama até o
banheiro? O senhor tem ideia?” O analista se aproxima e responde: “Não tenho a
menor ideia.” Esta interpretação fez furo e possibilitou um tratamento psicanalítico
que revolveu a vida de Carlos.